INFORMATIVO FARMÁCIA NA PRÁTICA – SÉRIE SOROS – N° 02

INFORMATIVO FARMÁCIA NA PRÁTICA – SÉRIE SOROS – N° 02

 

INFORMATIVO FARMÁCIA NA PRÁTICA – SÉRIE SOROS – N° 02

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O soro antielapídico é uma solução de imunoglobulinas específicas purificadas, obtidas de soro de eqüinos hiperimunizados, com venenos de serpentes do gênero Micrurus (corais verdadeiras).

 

Fórmula

Uma ampola de 10 ml contém: imunoglobulinas de origem eqüina que neutralizam, no mínimo, 15 mg de veneno-referência de Micrurus frontalis (soroneutralização em camundongos).

Indicações:

Para o tratamento dos envenenamentos provocados por picadas de serpentes do gênero Micrurus (corais verdadeiras). A sua utilização se impõe, mesmo quando são esperadas reações adversas, com os cuidados recomendados para tais eventualidades.

Nota: NÃO É INDICADO nos acidentes causados por jararaca, jararacuçu, urutu, cotiara, cascavel ou surucucu.

Caracterização dos acidentes elapídicos:

No local da picada não se visualizam alterações, podendo haver sensação de parestesia.

 

As manifestações sistêmicas caracterizam-se por:

queda da pálpebras (ptose palpebral) e paralisia da musculatura facial (facies neurotóxico ou miastênico);

distúrbios oculares: turvação visual, visão dupla (diplopia), alteração do diâmetro pupilar (midríase ou miose), fotofobia, dificuldade de movimentação do globo ocular (oftalmoplegia);

paralisia dos músculos respiratórios que pode evoluir, nos casos graves, para insuficiência respiratória.

Tratamento:

Aplicar o soro específico, em dose adequada, o mais prococemente possível.

Dose e vias de administração:

Considerar o acidente elapídico como GRAVE, pelo risco de insuficiência respiratória. É recomendada a dose de 10 ampolas de soro antielapídico, por via intravenosa (I.V.). A aplicação de soro por via intravenosa proporciona resultados em tempo mais curto. No entanto, na impossibilidade de ser utilizada esta via, o soro pode ser administrado por via subcutânea. A necessidade da administração de doses adicionais, relativas àquelas recomendadas inicialmente, deverá ser avaliada de acordo com o quadro clínico apresentado pelo paciente.

 

Observação:

A soroterapia deve ser efetuada sob supervisão médica, em ambiente hospitalar, preparado para uma eventual ocorrência de reações anafiláticas. No entanto, na impossibilidade, após o tratamento de emergência, específico ou não, encaminhar o paciente ao serviço de saúde mais próximo.

 

ADULTOS E CRIANÇAS RECEBEM A MESMA DOSE DE SORO

Recomendações gerais:

Não usar garrotes ou torniquetes;

Não fazer incisões no local da picada;

Não aplicar substâncias (querosene, amoníaco, etc.) no local da picada;

Não administrar bebidas alcoólicas;

Manter o paciente em repouso, evitando caminhar;

Manter o paciente hidratado.

 

Recomendações especiais:

Em caso de insuficiência respiratória, poderá ser necessário recorrer à ventilação artificial, até que haja a recuperação dos movimentos respiratórios.

 

Reações adversas à soroterapia:

Reações precoces:

São de freqüência variável e ocorrem dentro das primeiras 24 horas após a administração do soro. São de caráter anafilático ou anafilactóide, podem ser graves e necessitam de cuidados médicos adequados e imediatos. Estas reações ocorrem com mais freqüência entre pacientes anteriormente tratados com soros de origem eqüina ou que já tiveram contato com equídeos.

 

Prevenção das reações:

Solicitar informações do paciente quanto ao uso anterior de soro eqüino (antidiftérico, antiofídico, anti-rábico, antitetânico) e quanto a problemas alérgicos de naturezas diversas. Face a afirmações positivas, considerar o potencial de reações adversas para esse paciente.

 

Administrar anti-histamínicos com 15 minutos de antecedência da aplicação de soro na dose recomendada.

 

O teste de sensibilidade tem sido abandonado da rotina no tratamento com soros heterólogos, pois não tem se mostrado eficiente para prever a ocorrência de reações, retarda a soroterapia, além de poder desencadear, por si mesmo, reações alérgicas.

 

Tratamento das reações adversas precoces:

Na ocorrência de reações, interromper a soroterapia e iniciar o tratamento, conforme a intensidade. No caso de urticária generalizada, crise asmatiforme, edema de glote ou choque, administrar imediatamente ADRENALINA aquosa 1:1000, via subcutânea ou intramuscular, na dose de 0,3 a 0,5 ml em adultos e 0,01 ml/kg em crianças, podendo ser repetida a cada 5 ou 10 minutos, conforme e necessidade.

 

Na presença de crise asmatiforme, recomenda-se ainda a utilização de broncodilatadores inalatórios ou aminofilina por via parenteral. Os corticosteróides e anti-histamínicos exercem papel secundário no controle dessas reações, podendo ser também utilizados. Após a remissão do quadro de hipersensibilidade, reinstituir a soroterapia, conforme a dose recomendada inicialmente.

 

Reações tardias:

São em geral, benignas e ocorrem entre 5 e 24 dias após a administração do soro. Caracterizam-se por: febre, urticária, dores articulares, aumento dos gânglios e, raramente, comprometimento neurológico ou renal. Esta reação é conhecida pelo nome de “Doença do Soro” e é tratada de acordo com a sua intensidade, através da administração de corticosteróides, analgésicos ou anti-histamínicos.

 

Apresentação e conservação:

O produto apresenta-se em ampolas de 10 ml e deve ser conservado em geladeira, entre 4 e 8ºC.

 

NÃO CONGELAR

 

Prazo de validade:

O prazo de validade do lote está indicado na embalagem.

 

Produzido por:

Instituto Butantan

Avenida Vital Brasil, 1500, Butantã

CEP 05503-900, São Paulo, (SP)

Serviço de atendimento ao consumidor (011) 814-3816

Fonte:http://www.vacinas.org.br/novo/soros_heter_logos/antielap_dico.htm

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