INFORMATIVO FARMÁCIA NA PRÁTICA – SÉRIE SOROS – N° 03

INFORMATIVO FARMÁCIA NA PRÁTICA – SÉRIE SOROS – N° 03

INFORMATIVO FARMÁCIA NA PRÁTICA – SÉRIE SOROS – N° 03 📣Plantão Farmácia na Prática – Sempre trazendo Curiosidades, Novidades e Atualidades do Mundo Farmacêutico!!! 💊💊📣📣📣

SORO ANTICROTÁLICO

O soro anticrotálico é uma solução de imunoglobulinas específicas purificadas, obtidas de soro de eqüinos hiperimunizados, com venenos de serpentes do gênero Crotalus.

FÓRMULA

Uma ampola de 10 ml contém:

imunoglobulinas de origem eqüina que neutralizam, no mínimo, 15 mg de veneno-referência de Crotalus durissus terrifus (soroneutralização em camundongos).
fenol 0,035 g
solução de cloreto de sódio a 0,85% qsp 10 ml

INDICAÇÕES

Para o tratamento de envenenamento provocado pelas picadas de serpentes do gênero Crotalus (cascavel). A sua utilização se impõe, mesmo quando são esperadas reações adversas, com os cuidados recomendados para tais eventualidades.

NOTA: NÃO É INDICADO nos acidentes causados por jararaca, jararacuçu, urutu, cotiara, coral ou surucucu.

CARACTERIZAÇÃO DOS ACIDENTES CROTÁLICOS

Cerca de 10% dos acidentes ofídicos ocorridos no Brasil são causados por serpentes do gênero Crotallus. As manifestações no local da picada, quando presentes, são discretas e caracterizam-se por edema leve e parestesia. As manifestações sistêmicas do envenenamento caracterizando-se por:

  • queda das pálpebras (ptose palpebral) e paralisia da musculatura facial (fácies neurotóxico ou miastênico);
  • distúrbios oculares, como: turvação visual, visão dupla (diplopia), alteração do diâmetro pupilar (midríase ou miose), fotobia, dificuldade de movimentação do globo ocular (oftalmoplegia);
  • paralisia dos músculos respiratórios, que pode evolui para insuficiência respiratória;
  • dores musculares generalizadas;
  • escurecimento da urina (mioglobinúria), que pode evoluir para insuficiência renal aguda (IRA);
  • sangramentos espontâneos (gengivas, pele) e alteração da coagulação sangüínea.

TRATAMENTO

Aplicar o soro específico, em doses adequadas, o mais precocemente possível.

DOSE E VIA DE ADMINISTRAÇÃO

 

Caso Moderado

Caso Grave

  • Facies miastânico/visão turva discreta ou evidente
  • Tempo de coagulação geralmente normal
  • Mialgia discreta ou ausente oligúria ou anúria ausente
  • Facies miastênico/visão turva evidente
  • tempo de coagulação normal ou alterado
  • Mialgia presente
  • Escurecimento da urina presente (vermelha, marrom) oligúria ou anúria presente
10 ampolas I.V. 20 ampolas I.V.

 

A aplicação do soro por via intravenosa (I.V.) proporciona melhores resultados em tempo mais curto. No entanto, na impossibilidade de ser utilizada esta via, o soro pode ser administrado por via subcutânea. A necessidade da administração de doses adicionais, relativas àquelas recomendadas inicialmente, deve ser avaliada de acordo com o quadro clínico e pelo Tempo de Coagulação (TC).

OBSERVAÇÃO: A soroterapia deve ser efetuada sob supervisão médica, em ambiente hospitalar, preparado para uma eventual ocorrência de reações anafiláticas. No entanto, na impossibilidade, após o tratamento de emergência, específico ou não, encaminhar o paciente ao serviço de saúde mais próximo.

ADULTOS E CRIANÇAS RECEBEM A MESMA DOSE DE SORO

RECOMENDAÇÕES GERAIS

  • Manter o pacientes hidratado (fundamental na prevenção da insuficiência renal);
  • Não usar garrotes ou torniquetes;
  • Não aplicar substâncias (querosene, amoníaco, etc.) no local da picada;
  • Não administrar bebidas alcoólicas;
  • Manter o paciente em repouso, evitando caminhar.

RECOMENDAÇÕES ESPECIAIS

Uma vez estabelecida a insuficiência renal aguda (IRA), o tratamento segue o mesmo princípio das demais formas de IRA. Devido ao hipercatabolismo, deve ser considerada a necessidade de instalação precoce de métodos dialíticos.

REAÇÕES ADVERSAS À SOROTERAPIA

  1. Reações precoce: são de freqüência variável e ocorrem dentro das primeiras 24 horas após a administração do soro. São de caráter anafilático ou anafilactóide, podem ser graves e necessidade de cuidados médicos adequados e imediatos. Estas reações ocorrem com mais freqüência entre pacientes anteriormente tratados com soros de origem eqüina ou que já tiveram contato com equídeos.

Prevenção das reações:

 

  1. Solicitar informações do paciente quanto ao uso anterior de soro eqüino (antidiftérico, antiofidico, anti-rábico, antitetânico) e quanto a problemas alérgicos de naturezas diversas. Face a afirmações positivas, considerar o potencial de reações adversas para esse paciente.
  2. Administrar anti-histamínicos com 15 minutos de antecedência da aplicação de soro na dose recomendada.
  3. O teste de sensibilidade tem sido abandonado da rotina no tratamento com soros heterólogos, pois não tem mostrado eficiência para prever a ocorrência de reações, retarda a soroterapia, além de poder desencadear, pois si mesmo, reações alérgicas.

Tratamento das reações adversas precoce:

Na ocorrência de reações, interromper a soroterapia e iniciar o tratamento, conforme a intensidade. No caso de urticária generalizada, crise asmatiforme, edema de glote ou choque, administrar imediatamente ADRENALINA aquosa 1:1000, via subcutânea ou intramuscular, na dose de 0,3 a 0,5 ml em adultos e 0,01 ml/kg em crianças, podendo ser repetida a cada 5 ou 10 minutos, conforme, recomenda-se ainda a utilização de broncodilatadores inalatórios ou Aminofilina por via parenteral. Os corticosteróides e anti-histamínicos exercem papel secundário no controle dessas reações, podendo ser também utilizados.Após a remissão do quadro de hipersensibilidade, restituir a soroterapia, conforme a dose recomendada inicialmente.

  1. Reações tardias: são em geral, benignas e ocorrem entre 5 e 24 dias após a administração do soro. Caracterizam-se por: febre, urticária, dores articulares, aumento dos gânglios e, raramente, comprometimento neurológico ou renal. Esta reação é conhecida pelo nome de “Doença do Soro” e é tratada de acordo com a sua intensidade, através da administração de corticosteróides, analgésico ou anti-histamínicos.

APRESENTAÇÃO E CONSERVAÇÃO

O produto apresenta-se em ampolas de 10 ml e deve ser conservado em geladeira, entre 4 e 8ºC.

NÃO CONGELAR

PRAZO DE VALIDADE

O prazo de validade do lote está indicado na embalagem.

PRODUZIDO POR
INSTITUTO BUTANTAN
Av. Vital Brasil, 1500 – Butantã
CEP 05503-900 – São Paulo – SP
Serviço de atendimento ao consumidor (011) 814-3816

Fonte: http://www.vacinas.org.br/vacinas24.htm

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